Uma das dúvidas mais comuns que surgem nas consultas de orientação parental diz respeito à implementação de regras e limites aos filhos.

A aplicação de regras e o reconhecimento dos limites na educação de uma criança está intimamente relacionado com o desenvolvimento da sua saúde mental e o seu bem-estar. Estabelecer regras faz com que a criança saiba exactamente como o mundo onde ela se move funciona. Conviver com regras numa primeira fase dentro do núcleo familiar irá facilitar todo o processo de socialização mais tarde na escola, com os amigos e no futuro na vida profissional e social.

Com regras e limites bem definidos e ajustados à idade, a criança sabe aquilo que se espera dela, aquilo que ela pode ou não fazer, bem como aquilo que ela pode esperar dos pais. Sem regras e sem limites, os níveis de ansiedade da criança disparam por esta não saber o que fazer perante tantas possibilidades de acção. Por exemplo, num passeio a um parque infantil, as regras podem estar no espaço que a criança pode utilizar, não se afastar dos pais, utilizar chapéu para o sol, dar a mão à mãe quando tem de passar a estrada e nunca passá-la sozinha, etc. Sem regras previamente combinadas, a criança não tem estrutura mental para saber que num parque infantil onde os estímulos são mais que muitos aos olhos de uma criança, que pode andar de baloiço e de escorrega mas que não deve tentar subir, por exemplo, a parede de escalada.

As regras devem ser vistas pelos pais como instrumentos pedagógicos e coerentes na educação de uma criança. Não devem ser excessivas nem devem estar em falta e muito menos serem alteradas de repente sem aviso prévio. As regras devem ser coerentes, razoáveis, comunicadas e explicadas às crianças de uma forma muito simples.

Cabe aos adultos darem o exemplo, ou seja, se é regra não atirar lixo para o chão, os pais devem ser os primeiros a ter essa atitude. 

Os pais devem ser firmes e não hesitar perante o cumprimento de regras. As crianças que tentam passar por cima de regras e limites estão apenas a fazer o seu papel, ou seja, a testar os pais. Não é pela utilização de regras que as crianças são infelizes, pelo contrário ganham mais autocontrolo, crescem de uma forma mais segura, estruturada e confiante.

Primeira publicação: http://www.megabebes.pt/megabebes/index.php?option=com_content&view=article&id=103700:a-aplicacao-de-regras-e-limites-as-criancas&catid=2:crianca&Itemid=109