O que é a psicologia?

Não sendo uma tarefa fácil descrever o que é a psicologia em meia dúzia de palavras, poder-se-á adiantar de uma forma resumida que é, por excelência, a ciência que estuda a relação entre os comportamentos humanos e os seus processos mentais.

O seu método científico está na compreensão da estrutura psíquica do indivíduo na sua interacção consigo e com os outros. A sua intervenção e aplicabilidade são diversas abrangendo várias áreas: clínica, saúde, educação, vocacional e profissional, forense, desportiva, social, organizacional, comunitária, entre muitas outras.

O que é a psicoterapia?

A psicoterapia é um método terapêutico com diversos fins. É utilizada por psicólogos no tratamento de perturbações ou alterações psicológicas como ansiedade, depressão ou qualquer outro tipo de perturbação psíquica. Para além disto, é também através da psicoterapia que é possível obter um melhor e mais profundo auto – conhecimento, aprender a lidar melhor com diversas situações, superar problemas ou bloqueios, entre muitas outras razões. Trabalha-se, sobretudo, para melhor a qualidade de vida da pessoa.

Qual a diferença entre o psiquiatra e o psicólogo?

De uma forma genérica, a psiquiatria é uma especialidade da medicina que considera que as perturbações psicológicas resultam de alterações neuro-químicas. Assim, o psiquiatra prescreve medicação que vai actuar ao nível neuro-químico que por sua vez pode atenuar os sintomas. Pode acontecer, o psiquiatra ter completado a sua formação e intervir, também, a nível psicoterapêutico.

O psicólogo compreende que as alterações psicológicas têm a sua âncora em experiências de vida relacionais, sendo através da intervenção psicoterapêutica que se procura encontrar as causas que deram origem aos sintomas. Uma vez que o tratamento baseia-se na resolução da origem/causa do sintoma, o efeito da psicoterapia torna-se mais eficaz e duradouro.

Por vezes, se necessário, ambas as especialidades trabalham em conjunto o tratamento da mesma pessoa.

Por que motivo devo consultar um psicólogo?

Antes de mais, sugiro que dedique pelo menos um minuto do seu tempo para reflectir no motivo pelo qual está a ler este artigo. Poderá encontrar respostas (ou não) para esta pergunta.

Perante a multiplicidade de situações que ocorrem na vida é natural que a pessoa já tenha sentido ou sinta algum tipo de dor ou sofrimento interno. Socorrer-se de familiares e amigos para ultrapassar estas situações é, de facto, bastante importante. Estas pessoas dar-lhe-ão apoio, mas não estarão a fazer psicoterapia e por este motivo a probabilidade dessas situações do passado ecoarem no presente é elevada. A psicoterapia promove mudanças profundas e duradouras na estrutura psíquica da pessoa.

Como já foi referido, a psicoterapia tem diversas utilidades. A urgência de recorrer a um psicólogo pode estar relacionada com sinais ou sintomas que possam estar a surgir cuja interferência é significativa na vida da pessoa.

Assim, questões relacionadas com tristeza; stress ou ansiedade persistente; isolamento; irritabilidade; agressividade; cansaço sem motivo aparente; falta de concentração; alterações da memória, do sono, da alimentação; pensamentos acerca da morte; enxaquecas frequentes; alergias constantes; infecções entre muitas outras alterações relacionadas com o sistema nervoso central; devem ser ponderadas e sujeitas a avaliação por esta especialidade.

Os psicólogos tratam apenas pessoas doentes?

Com os avanços da ciência conclui-se que a psicoterapia e a própria psicologia vai muito além do tratamento de doentes do foro psíquico. Por isso, as consultas de psicologia não estão apenas direccionadas para pessoas com algum tipo de perturbação psicológica.

No entanto, o estigma associado ainda é muito grande e por esse motivo ainda se confunde muito o psicólogo como alguém que trabalha exclusivamente com doentes do foro psíquico. Existe também a ideia de que as consultas de psicologia são para as pessoas mais frágeis, mas esta ideia é totalmente contrária à realidade. São, de facto, pessoas ditas “fortes” as que têm coragem para desenvolver um processo deste género.

O que se passa nas consultas de psicologia?

Na psicoterapia, o paciente pode falar livremente sobre todo o tipo de assuntos, incluindo assuntos relacionados com a própria relação terapêutica. Por vezes, poderá acontecer haver assuntos que o paciente quer falar mas por algum motivo não o está a conseguir fazer. Neste caso, poder-se-á partir deste ponto e compreender o porquê de não querer abordar determinado assunto com o psicólogo. Em psicoterapia, todas as dificuldades são trabalhadas e em conjunto com o psicólogo podem ser ultrapassadas.

Regra geral, o paciente narra a sua própria história de forma a compreender a causa do aparecimento do sintoma. Este processo de auto – descoberta traz à consciência a compreensão das origens do sofrimento emocional da pessoa, sendo importante para tratar a sintomatologia inicialmente apresentada e sobretudo para a mudança na estrutura psíquica.

As consultas são confidenciais e sigilosas?

Sim. Uns dos princípios éticos mais importantes no exercício da prática clínica do psicólogo referem-se à privacidade e confidencialidade das informações durante a intervenção psicoterapêutica. Esta só faz sentido se a confidencialidade e o sigilo forem regras basilares da relação terapêutica.

Situações excepcionais que deverão ser cuidadosamente conduzidas e avaliadas:

Suicídio ou homicídio: De acordo com o Código Deontológico dos Psicólogos Portugueses, se o psicólogo avaliar que o paciente representa perigo para si ou para terceiros pode quebrar o sigilo apenas para tomar as devidas diligências para protecção do seu paciente ou de terceiros.

Qual a duração e a frequência das consultas de psicologia?

Cada pessoa é única e por isso a duração e a frequência deste processo é ajustável e não pré-definido. Ao longo da psicoterapia e mediante a reacção que esta provoca na pessoa, a duração e a frequência é algo que se irá perceber. Sendo um processo gradual que promove a reflexão contínua sobre a pessoa, a frequência semanal é a mais habitual; o que não significa que em alguns casos a frequência bissemanal ou trissemanal não possa acontecer.  As consultas duram cerca de 50 minutos.

Como escolher um psicólogo?

A escolha do psicólogo é mais importante do que à partida pode parecer. Por um lado, o paciente necessita de partilhar os seus pensamentos e os seus sentimentos e espera ser ouvido e compreendido pelo psicólogo. Por outro lado, o psicólogo através do uso da palavra põe em prática as técnicas psicoterapêuticas da linha para a qual está orientado. A relação que se vai construindo entre psicólogo-paciente é determinante para o sucesso terapêutico, razão pela qual deverá sentir-se bem nesta partilha.

Deve começar por reflectir sobre a possibilidade de fazer um processo de desenvolvimento pessoal deste género. Seguidamente deve reunir algumas informações sobre o assunto. As respostas às questões aqui colocadas são o exemplo daquilo que deve saber.

Ciente da sua decisão, deverá procurar um psicólogo creditado pela Ordem dos Psicólogos Portugueses. Assim, há garantias que o psicólogo reúne as condições mínimas para poder exercer a sua profissão com validade técnica e científica.

O horário e o local da sua psicoterapia deverão também ser levados em consideração, já que é importante que consiga desenvolver este processo com a frequência e a duração adequada ao seu caso.

Se tiver alguma outra questão que não tenha sido aqui colocada, pode entrar em contacto através dos meios disponíveis para contacto nesta página.